sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Lendas e Causos de Piratini.

A lenda da Moça da Cacimba ou Mulher de Branco 

Devido as grandes realidades políticas ocorridas em nosso estado,onde famílias tradicionais manifestavam-se a favor de um ou de outro lado,muitos desentendimentos ocorreram e causaram grandes dores.
As rivalidades políticas eram tão acirradas que passavam de geração para geração:os pais exigiam que os filhos tivessem a mesma linha partidária,as amizades só poderiam ocorrer entre famílias com os mesmos princípios políticos.
Os pais escolhiam pares para os seus filhos e estes acatavam as ordens dos mais velhos.
Aconteceu porém que a moça de uma determinada família,conheceu um rapaz cujos pais eram da oposição,isto é não aceitavam os ideias políticos,e a moça se apaixonou perdidamente por ele.
O Amor entre eles tornou-se quase impossível,e para se verem os dois se encontravam  as escondidas,à beira de uma cacimba (Cacimba da Carretela).Quando a família da moça descobriu o romance trancou a no  quarto deixando a ali presa por muito tempo.
A moça,negava-se a se alimentar e ,com isso desenvolveu uma tuberculose e acabou morrendo.Mas o seu grande amor não morrerá,pois durante as noites de quinta feira,muitos contam ver uma moça toda de branco encostada na cacimba.
Muitos que a viram e dela procuraram aproximar-se dizem que ela se afasta da cacimba e percorre as ruas da centro da cidade até chegar ao antigo cemitério.


O Baile dos mortos 

Contam os mais velhos que na região do terceiro subdistrito de Piratini(Paredão) em uma época onde haviam muitos viajantes e andarilhos nesta região, um desses vendedores que andam pelo mundo fazendo entregas em pequenos bares ou botecos ,vinham montando seu cavalo baio em uma noite de vento tímido em princípios de Dezembro,assoviava uma milonga,já cansado viu de longe uma luz pequena alcançar seus olhos  resolveu segui-la , passou então há ouvir uma cantoria e o violão sendo bem dedilhado por uma mão por certo ligeira,apeou do cavalo e entrou em um galpão velho,viu o local cheio de gente e um cheiro delicioso de pastel caseiro trouxe um apetite macanudo.
Chegou e pediu licença já foi logo abraçado por um negro de calças curtas que gritou no meio do salão
-Toca uma polca Damásio que chegou visita para alegrar o baile,e tu amigo não te envergonha convida as moças para dançar e te serve de pastel e cachaça a vontade .
O homem ficou agradecido,olhou para o canto e viu uma moça de longos cabelos negros,e rosto de boneca,dançaram uma o duas marcas e ele pediu um café para acompanhar o pastel,trocou um dedo de prosa com uma gurizada,falaram sobre caçadas e carreiras
Passou a noite se divertindo e fazendo novas e valorosas amizades,mas o tempo passou de pressa,o galo então cantou o rapaz viajante saiu para a rua para fumar um palheiro e dar água para o cavalo e pensou alto
-Mas que sorte a minha encontrar tantas pessoas faceiras e receptivas e aquela moça , prenda formosa e educada,vou voltar lá.
Arrancou uma florzinha miúda da beira da estrada e seguiu para o galpão o sol já adentrava no céu mas quando chegou lá não havia galpão nenhum como dizem ''nem rastro'' o rapaz assombrado abriu um velho portãozinho que fez um barulho de arrepiar até a alma do vivente,deu uns passos apressados e avisto túmulos e um matagal tomando conta das sepulturas,começou a olhar um a um e a reconhecer aqueles com quem havia estado no tal baile,inclusive a moça bonita por quem teve um cambicho,estava pálida no retrato antigo da lápide com o mesmo vestido de cor azulada que usava na festa...
O homem desesperado montou o cavalo e saiu desatinado estrada a fora,quando chegou na casa dos seus tios contou o acontecido,os velhos contaram que outras pessoas comentaram esta história do baile mas não se sabe ao certo porque isto acontecia...

  A Lenda do Garupa 
Na nossa cidade,aqui entre o Cancelão e o Cerro Agudo existe um lugar chamado Cerro do Garupa,recebeu este nome devido a um curioso personagem que por ali aparecia,quando por aquelas bandas aparecia algum viajante  durante a noite montado em seu cavalo,era acompanhado  um homenzinho estranho de orelhas grandes que pegava carona no lombo do cavalo,as orelhas deste horrendo homenzinho batiam no ombro do cavaleiro e abraçando em sua cintura fazia com que o viajante não pudesse se virar  para trás,o cavalo andava devagar como se alguém o prendesse as patas,quando o carona descia do cavalo esse saia em disparada e se o cavaleiro não fosse bom de braço acabava caindo do cavalo e ganhando alguns arranhões.
Muitas pessoas afirmam ter sido perseguidas por este vulto,outros dizem que o vulto era uma forquilha vestida com roupas que os moradores da região prendiam nas costas dos cavaleiros,para assusta-los,uma brincadeira de mal gosto,o certo é que até os dias de hoje esta lenda é muito comentada.

Causo da Pedra do Anjo
Contam por aqui,que em uma noite de festa no interior de nossa cidade um homem esperava ansioso pela chegada de sua noiva e os sogros,apavorado com a demora da família ,resolveu ir até a casa para assegurar-se se todo corria bem
Um amigo do rapaz o alertou - Mas amigo tu vai passar na tal pedra do anjo a essa hora da noite ?
O Rapaz respondeu confiante -Essas coisas de fantasmas não me assustam tchê,eu ando sempre bem armado
Montou seu cavalo e saiu galopando pela estradinha,sem se lembrar do causo da pedra assombrada,quando foi se aproximando do local  citado como assombrado ele sorriu 
-Nossa que tolice desse povo crer que aqui aparece algo fora do normal
Neste exato momento um vento levantou seu pala e ele imediatamente olhou para a pedra,avistou um vela acesa em cima da pedra e mesmo com a força do vento a vela não apagou.
O Homem sentiu o medo penetrar em sua carne,fechou os olhos e quando os abriu já não montava mais o cavalo,ouviu um barulho sapatos velhos pisando o chão virou o rosto para o lado e estava de braço dado com uma senhora pálida e gelada que lhe acompanhou até o seu destino
Ao chegar a casa dos sogros o homem mal podia falar...
O certo é que não devemos duvidar de nada .

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